Gleisi diz que alta da Selic estava determinada e ‘não restou muita alternativa’

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, afirmou recentemente que a elevação da taxa Selic era um movimento já esperado e praticamente inevitável diante do cenário econômico do país. Segundo ela, as condições macroeconômicas e as diretrizes do Banco Central impuseram um caminho sem muitas alternativas, levando à manutenção da Selic em patamares elevados. A fala de Gleisi reforça a percepção de que o governo federal tinha pouco espaço para interferir diretamente nas decisões da autoridade monetária, mesmo diante das críticas frequentes ao impacto negativo dos juros altos sobre o crescimento econômico e a geração de empregos.

1/30/20252 min read

A taxa Selic, que é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, subiu consecutivamente nos últimos anos, atingindo um dos maiores patamares da história recente. Economistas apontam que esse aumento foi impulsionado pela necessidade de conter a alta dos preços, mesmo que isso represente um desaquecimento da economia. Para Gleisi Hoffmann, a decisão de manter a Selic elevada já estava delineada e, mesmo com pressões políticas para uma redução mais rápida, o Banco Central optou por seguir um caminho conservador. A parlamentar ressaltou que, embora a taxa Selic seja essencial para a estabilidade econômica, seu patamar atual prejudica investimentos produtivos e encarece o crédito para empresas e consumidores.

Gleisi também mencionou que o governo tem buscado alternativas para mitigar os efeitos negativos da Selic alta, como programas de incentivo ao crédito e medidas para estimular a economia. No entanto, ela reforçou que a independência do Banco Central limita a atuação direta do governo na definição da política monetária. Segundo a presidente do PT, a manutenção da Selic em níveis elevados impacta diretamente o setor produtivo, dificultando a recuperação econômica e aumentando os custos da dívida pública. Para ela, um debate mais amplo sobre o papel do Banco Central e a necessidade de juros mais baixos é fundamental para garantir um crescimento sustentável e a geração de empregos.

A posição de Gleisi Hoffmann reflete um sentimento compartilhado por diversos setores do governo e da sociedade, que enxergam a taxa Selic como um fator limitante para a expansão econômica. Empresários e economistas ligados ao setor produtivo alertam que os juros altos desestimulam investimentos e penalizam pequenas e médias empresas, que dependem do crédito para crescer. Apesar disso, o Banco Central tem enfatizado a necessidade de manter a Selic em um nível adequado para conter a inflação e garantir a estabilidade financeira. A discussão sobre os rumos da taxa Selic continua sendo um dos principais temas do debate econômico no Brasil, com diferentes visões sobre a melhor estratégia para equilibrar crescimento e controle inflacionário.

Com a expectativa de novas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado segue atento às possíveis mudanças na taxa Selic. A fala de Gleisi Hoffmann reforça o entendimento de que o governo, apesar das críticas, reconhece as dificuldades para uma redução imediata dos juros. A Selic elevada segue como um dos principais desafios para o crescimento econômico e o financiamento de projetos estratégicos no país. A pressão para que o Banco Central flexibilize sua política monetária deve continuar, mas a definição do ritmo e da intensidade dos cortes na Selic dependerá da evolução dos indicadores econômicos e da confiança dos agentes de mercado na trajetória da inflação.